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Ministério Público apresenta balanço da segunda etapa da Operação Hora da Verdade

Duas prisões temporárias decretadas, uma pessoa atuada em flagrante de por porte de munição para espingarda, um secretário municipal afastado, apreensão de R$ 290 mil em espécie, e cinco pessoas indiciadas em processo por desvio de recursos públicos da Prefeitura do Crato. Esse foi o balanço apresentado nesta terça-feira (4), pelo Ministério Público Estadual, horas depois do encerramento da segunda etapa da Operação Hora da Verdade.
A pedido do Ministério Público, o juiz da 1ª Vara do Crato, Renato Belo Viana Velloso decretou a prisão temporária de dois irmãos empresários sócios de uma rede de farmácia e distribuidora de medicamentos no Crato. Os dois estão foragidos. A mulher de um deles foi autuada em flagrante pela posse de munição (54 cartuchos) de espingarda, encontrada na residência do casal.
Já o secretário de Finanças do Crato, Édio Oliveira foi afastado do cargo pela Justiça. O secretário é acusado pelo MP de intermediar as licitações suspeitas. Até o momento, o MP diz não ter encontrado evidências da participação do prefeito Ronaldo Gomes de Mattos, no esquema.
O objetivo da operação segundo o promotor Igor Pinheiro, que coordenou a equipe do MP composta por sete promotores, é de investigar o suposto desvio de R$ 5,2 milhões, pagos com recursos públicos na compra de medicamentos e material de impressão gráfica.
As ações realizadas nesta terça-feira nas residências de empresários e em suas empresas (gráficas e distribuidoras de remédios) tiveram origem na vasta documentação apreendidas em na primeira fase da "Hora da Verdade", em 27 de março passado. Conforme Igor Pinheiro, ao analisar os documentos apreendidos, o MP encontrou indícios de superfaturamento nas licitações da prefeitura e direcionamento para beneficiar empresas que apoiaram o prefeito na eleição de 2012. "Também obtivemos o depoimento de pessoas que espontaneamente procuraram o MP para depor e desmontar o esquema até agora identificado", revelou Pinheiro.

Na avaliação apresentada pelo MP, os medicamentos tiveram preços superfaturados, alguns deles, relata Igor Pinheiro, em até 400% se comparado ao preço de hoje. "Os medicamentos superfaturados foram adquiridos em 2013 e a consulta feita a uma rede de farmácia que atende o mercado foi realizada em 2015. Com a inflação de 14% referente aos dois anos, o aumento é considerado exorbitante", explica o promotor. "Assim como os medicamentos, os serviços de impressão também foram superfaturados e teve a licitação direcionada", completou.
A partir dessa nova remessa de documentos apreendidos, o MP dará sequência as investigações e uma terceira fase pode ocorrer logo após a perícia a ser feita nos documentos e computadores apreendidos nesta terça-feira. "Quem foi investigado na primeira fase continua sendo investigado", avisa Igor Pinheiro.
Blog do Flávio Pinto

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